Educação a Distância se expande no interior do estado

 

A Educação a Distância (EaD) promovida pela Universidade Federal da Bahia  já atingiu 28 polos no interior da Bahia. Em menos de um ano, várias unidades de ensino, através da Superintendência de Educação à Distância (SEAD), disponibilizaram on line cinco cursos de graduação e 10 de especialização, resultado de um esforço da UFBA em garantir a expansão da oferta dos cursos e a interiorização de programas de educação superior no país. “É missão da universidade levar educação a todos, nos diversos lugares da Bahia”, diz Márcia Rangel, superintendente da Educação a Distância da UFBA.

Em 2016, foi graduada a primeira turma do curso de Licenciatura em Matemática, oferecido nos pólos de apoio, onde ocorrem os encontros presenciais dos cursos, de Camaçari, Ipupiara, Itamaraju, Jacaraci e Mundo Novo. Nesse mesmo ano, houve uma significativa ampliação do sistema de educação a distância, com o início de três novos cursos – Bacharelado em Ciências Contábeis, Licenciatura em Dança, Tecnologia em Segurança Pública – distribuídos em polos de apoio nos municípios do interior da Bahia.

Nesse primeiro semestre de 2017, a UFBA está com as inscrições abertas, até o dia 03 de março, para especialização lato sensu, em diversas áreas como Direito, Educação, Saúde, Tecnologia e Administração, oferecendo 1.980 vagas. As novas especializações acontecerão nos polos de Amargosa, Campo Formoso, São Francisco do Conde, Camaçari, Mata de São João, Santo Estevão, Euclides da Cunha, Juazeiro, Itabuna, Serrinha, Paulo Afonso, Lauro de Freitas, Sapeaçu, Ipirá e Vitória da Conquista.

A Superintendência de Educação a Distância (SEAD), setor responsável pelo suporte e apoio às unidades que visam a oferecer cursos na modalidade a distância é  a “ponte entre as unidades acadêmicas da Universidade e as tecnologias educacionais”, diz Marcia. Para 2017, ela acrescenta, está sendo criado um programa de suporte aos professores que quiserem utilizar essas tecnologias. “Estamos montando uma equipe multidisciplinar, que possa dar esse suporte. Essa equipe está se especializando, fazendo pesquisa e desenvolvendo novas tecnologias. Nossa meta é conseguir dar suporte a todos os professores”.

A expansão dos cursos em EaD é possível através de um programa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Universidade Aberta do Brasil (UAB), que possibilitou dar a partida na interiorização da EaD. O UAB é um sistema integrado por universidades públicas que buscam ofertar o ensino superior para camadas da população com difícil acesso à educação num modo mais convencional.

 

Polo de ensino do município de Campo Alegre de Lourdes

A escolha e definição dos polos são fruto da articulação entre a UFBA, a Capes e os municípios. Gerenciados pela Capes, os polos têm como mantenedor a prefeitura municipal ou o governo do Estado. Para receber um curso, o polo deve ter a infraestrutura adequada, como computador e internet. Sediados em municípios com estruturas e perfis muito diversos, alguns polos estão em locais que sequer possuem instituição de ensino superior na cidade ou proximidades. “É muito importante levar esses cursos para essas localidades não tão centrais. Curiosamente, nesses municípios menores, às vezes o índice de evasão é bem menor que nos maiores. Certamente porque aí o EaD é a única oportunidade daquela região ter acesso a um curso dessa natureza”, informa Márcia Rangel.

Além de importante para desenvolvimento da cultura tecnológica, a EaD contribui com as políticas públicas de interiorização e promoção de melhores condições de acesso às novas tecnologias de informação e comunicação. Esse tipo de formação, ao criar oportunidades para se vencer as dificuldades de acesso à educação formal, contribui para o desenvolvimento econômico, social e cultural dos territórios de identidade baianos.

A superintendente da SEAD observa que a UFBA enquanto instituição de ensino gratuita e de qualidade tem a possibilidade de alcançar um dos seus objetivos principais com a expansão da modalidade a distância, a democratização do ensino superior, tornando-o mais justo e igualitário. “A institucionalização da EaD caracteriza-se como uma diretriz estratégica para a Universidade por ‎fomentar, desenvolver, integrar e divulgar o conhecimento para a formação de cidadãos”, diz Márcia.

Aula presencial no Polo de Vitória da Conquista

Em uma reflexão acerca dos possíveis desenvolvimentos de EaD e do ensino presencial no futuro, ela deduz, “Temos uma universidade com uma cultura presencial e precisamos expandir o uso de tecnologia digital também para o ensino presencial. A estratégia da EaD não é transformar a universidade presencial em uma universidade a distância, mas é transformar uma universidade presencial, metodologicamente tradicional, em uma universidade sintonizada com as demandas sociais, entre elas o uso intensivo de tecnologias digitais”, conclui Márcia.