A mesa teve início às 14h, no auditório B do PAF I, trazendo as Experiências de EaD na UFBA. Com a mediação do Coordenador de Tecnologias Educacionais da SEAD, a mesa foi aberta pela fala da Coordenadora do Curso EaD de Ciências Contábeis UFBA, Profª Drª Inês Teresa Lyra que retornou a questão da regulamentação dos cursos EaD, que reproduz o modelo presencial, gerando impasses com pré-requisitos e atraso de conclusão em casos de repetição. No entanto, aponta que as estratégias pensadas, como o re-percurso, que permite a repetição de disciplina oferta paralela ao andamento do curso. Profª Inês também ressalta a importância da presença dos professores e tutores na plataforma digital e nos fóruns de discussão, de forma a promover o estímulo e o acompanhamento dos estudantes. Um dado importante apresentado por ela foram os índices de evasão nos cursos de Ciências Contábeis, que correspondem a 47% nos presenciais e 50% na EaD.
O Profº Drº Julio César Rocha, também Diretor da Faculdade de Direito da UFBA e Coordenador do Curso EaD de Especialização de Direitos Humanos e Contemporaneidades, iniciou sua fala reconhecendo a dificuldade da Faculdade de Direito, do ponto de vista da concepção epistemológica pedagógica, de produzir ensino a distância. Por outro lado, reconhece a importância de as especializações da área do Direito saírem das Instituições Privadas e passarem para as Universidades Públicas de forma gratuita, democrática e revolucionária. Defendeu também a necessidade dos momentos presenciais, como parte importante da modalidade. Dentre os desafios identificados, o Profº cita o Trabalho de Conclusão de Curso, os estudantes têm dificuldade em escolher suas linhas de pesquisa, metodologias e prazos, e portanto, se faz necessário o acompanhamento, o estímulo e a proximidade dos docentes para com os estudantes. Além disso, sugere também que o TCC deve ir além do formato escrito. Com isso, o Profº Julio César finaliza seu relato de forma a demonstrar o saldo positivo da primeira experiência EaD da Faculdade de Direito, com o Curso de Especialização de Estado e Direito de Comunidades e Povos Tradicionais, ressaltando como refletiu no segundo curso, de Especialização em Direitos Humanos e Contemporaneidade, o qual recebeu 1.800 inscrições para 225 vagas.
Assim como colocadas as dificuldades do ensino do Direito na modalidade EaD, o Profº Drº Antrifo Sanches da escola de Dança da UFBA, afirma que não há como ensinar dança a distância, mas sim, licenciatura em dança, o que leva a uma abordagem totalmente distinta. Identifica ainda que existe uma carência de licenciados em dança no interior do estado, o que causou dificuldade em encontrar professores e tutores para implementação do Curso, além de destacar a dificuldade de manter os alunos de dança engajados na plataforma e conscientizar que a sala de aula é o moodle. No entanto, o Profº reconhece que para os profissionais da área é importante ver a disseminação do curso de Dança pelos estados e a modalidade EaD promoveu essa ampliação nos interiores da BA, permitindo que alunos das mais diferentes modalidades de dança (sapateado, flamenco, balé, dança de rua) pudessem participar do curso, enriquecendo-o.
Para a Profº Drª Lanara Guimarães, Coordenadora do Curso de Pedagogia EaD da UFBA, é necessário que na modalidade EaD tenha a rigidez que o curso merece, mas também a flexibilidade para entender as individualidades dos alunos, a fim de cumprir com o objetivo do princípio formativo. Para ela, a problemática da evasão ocorre pela falta de conhecimento sobre a modalidade, que constrói um senso comum negativo sobre a complexidade dos cursos. Sobre a relação entre docentes, tutores e estudantes, Profª Lanara cita a falta de ajuste nas bolsas dos tutores e a necessidade da mediação síncrona e assíncrona, como grupos de estudos e as aulas expositivas tanto presencial quanto pela plataforma. Como estratégia de superar impasses, foi deliberado pelas coordenações que cada curso realize uma formação permanente de professores e tutores.
