HISTÓRICO
Nada se sabe ao certo quanto à primeira penetração do território municipal, embora se admita que o local tenha sido caminho de "bandeiras", oriundas da zona sul e que demandavam o alto sertão. Região de grandes matas, habitada por indígenas da tribo Tapuia, era procurada, com freqüência, por criminosos e aventureiros. Daí o primitivo nome de Rapa-tição, topônimo que significava "roubo de tições", ou, segundo outra versão. "barulho ou desordem'' quando o tição foi usado como arma. Por volta de 1913, Raimundo dos Santos veio localizar-se na região que hoje constitui a vila de Ibirataia (ex-Tesouras), então habitada por duas mulheres e um foragido de Castro Alves. Nas cercanias havia, ainda, duas ou três fazendas de plantações de cacau. Praticando, também, a lavoura cacaueira, Raimundo dos Santos vendia a produção local aos que por ali transitavam. Em 1916, prevendo o desenvolvimento da região, foi a Camamu, onde conseguiu a criação de um Distrito de Paz no povoado, não com a denominação que pretendia (Rio Novo), mas com a de Alfredo Martins. A excelência do solo para a cultura cacaueira conduziu para a região novas levas de colonizadores.
A parte norte foi povoada por habitantes da região sertaneja, principalmente de Jequié e Nossa Senhora da Conquista; a parte sul, de desbravamento mais antigo, provavelmente foi atingida por habitantes de Ilhéus, ao subirem o Rio das Contas em busca de novas terras para o plantio de cacau; a parte leste teria recebido povoadores oriundos de Camamu e Santarém. Os primeiros movimentos referentes à emancipação da vila datam de 1924, quando o distrito estava em franca prosperidade, possuindo até 1 jornal (passou a sede à categoria de subprefeitura com o nome de Rio Novo em 1930). Pelo Decreto estadual n.° 7 455, de 23 de junho de 1931, o distrito foi desmembrado do Município de Camamu e anexado ao de Jequié, fato confirmado por outro decreto estadual, o de n.° 7479, de 8 de julho de 1931. O Decreto estadual n.° 8 725, de dezembro de 1933, elevou Rio Novo à categoria de vila e criou o Município do mesmo nome, com território desmembrado de Jequié. A nova comuna passou a denominar-se Ipiaú, em virtude do Decreto-lei estadual n.° 141, retificado pelo Decreto estadual n.° 12 978, de 1.° de junho de 1944. Em 1950, Ipiaú figurava com os distritos de Barra do Rocha. Ibirataia e Ubatã, além da sede. Em 1952, a Lei estadual n.° 514 elevou o distrito de Ubatã à categoria de Município: em 1953, foi criado o distrito de Algodão. Segundo o quadro administrativo, vigente em 1.° de janeiro de 1958, Ipiaú compõe-se das seguintes unidades: Ipiaú, Algodão, Barra do Rocha e Ibirataia. Advertência - A modificação territorial ocorrida em 1952 e da qual resultou a elevação do distrito de Ubatã à categoria de Município impõe algumas ressalvas na apresentação dos elementos estatísticos.